A globalização, além da comunicação,
acelerou também os meios de transporte e o fluxo de mercadorias no mundo,
chamados de fluxos materiais (físicos). Esse aumento da circulação de
mercadorias mundiais foi possibilitado pela integração sistemas imateriais
(virtuais).
Os meios de transporte, o comércio e a distribuição de
mercadorias representam exemplos de fluxos materiais, pois essa gama de objetos
possui materialidade e volume. Os sistemas técnicos que dão fluidez (movimento)
ao espaço geográfico não são os únicos incorporados ao território de um país no
mundo moderno. Na atualidade, o avanço das tecnologias da comunicação e da
informação delineou uma gama variadíssima de novos sistemas responsáveis por
dar corpo aos denominados fluxos materiais. Para o sociólogo Manuel Castells,
esta imaterialidade manisfesta-se pela enorme gama de transações por meio da
telefonia e da internet, principais responsáveis pela disseminação da
comunicação e da informação. A telefonia e a internet podem ser consideradas o
verdadeiro tecido de nossas vidas, pois, atualmente, a tecnologia da informação
provocou mudanças tão significativas quanto a eletricidade o fez na era
industrial.
Na verdade, ao analisar as dinâmicas desses fluxos, chegamos
à conclusão de que há uma interdependência total entre esses inúmeros sistemas:
a base material de grande parte do sistema produtivo não funcionaria hoje sem
os sistemas que dão virtualidade ao espaço. Como exemplo, podemos assegurar que
uma parcela considerável da logística dos sistemas de transporte e distribuição de mercadorias está intimamente
ligada à rede de conexões on-line, o que agiliza a distribuição de bens pela
internet, acelerando os mais diferentes fluxos de distribuição. Dessa forma, é
possível afirmar que os fluxos materiais e imateriais ligam-se à mesma teia,
formando uma grande rede relacional “energizada” pela internet, que
disponibiliza uma enorme variedade de transações tanto econômicas quanto
culturais.